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O que há em comum entre Roraima e China? | Mapa da Educação Internacional | MAPAei

2 janeiro 2017
Category
China
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Ni hao,

Mês retrasado, eu e minha parceira na área de intercâmbio estudantil, Marcia Tichauer da MAPAei, tivemos a honra de receber um grupo de Roraima, Boa Vista, aqui na China. Roraima se fala com o “a” bem aberto e não como eu e os cariocas que pronunciamos “Rorãima”.  Ok, meninas, não vou errar mais!

O grupo era composto de duas mulheres na casa dos 40 e um rapaz de 31 anos. Uma das mulheres é empresária em Boa Vista e emprega o rapaz que veio participar de uma feira e aproveitou para ficar mais 30 dias cursando mandarim. A outra é amiga da família da empresária e veio apenas a passeio.

Para aproveitar ao máximo o que Shenzhen e Hong Kong têm de melhor para oferecer, montei uma programação turística que incluía visita a locais tradicionais como templos e museus; compras nos mercados de artigos falsificados (como diz um amigo chinês, “não são falsificações, são excelentes cópias!”) e visita aos locais frequentados pelos chineses e não apenas para inglês ver. Além disso, coloquei-os no hostel de uma amiga chinesa forçando a convivência dos brasileiros com as tradições chinesas como, por exemplo, ter que experimentar as comidas feitas pela Coco (dona do hostel). Logo no primeiro dia, o café da manhã era uma papa de arroz com outras sementes como feijão, ervilha, etc que o povo teve que provar! Aliás, diante do Nescafé em lata aquecido de forma improvisada no fogão do hotel, a papa até que não era de todo ruim.

Só sei que, o que era para ser uma semana de trabalho, acabou virando uma semana de diversão e aprendizado. O grupo era unido por si só e possuía um enorme senso de humor, característica indispensável para quem visita um país como a China. Por exemplo, foram eles que me ensinaram no mercado de artigos excelentemente copiados, como se fazia para saber se a bolsa que uma mulher estava usando era verdadeira ou falsa:

_ Se chover e ela colocar a Louis Vuitton na cabeça para proteger o cabelo é falsa!

Eu, apesar de entender muito de China, descobri que não sabia nada sobre o norte do país.

Vocês sabiam que a prefeita de Boa Vista foi eleita em 2016 pela quinta vez consecutiva por conta do excelente trabalho que vem fazendo por lá? E que Boa Vista é a 49º colocada na lista das 100 melhores cidades do Brasil para se viver segundo uma pesquisa internacional? E que, assim como nós transitamos frequentemente entre dois países, China e Hong Kong, eles fazem o mesmo com três: Venezuela, Brasil e Guiana?

Mas o que me surpreendeu de verdade foi o que descobri na nossa visita ao mercado municipal de Shenzhen, onde levo todo mundo que vem aqui para tirar fotos dos peixes, moluscos, cobras, sapos e outras esquisitices chinesas. Assim que colocamos o pé no mercado, eles se depararam com aquelas cestas gigantes com bichos pequenininhos e secos e começaram a trocar receitas usando nomes que eu nunca tinha ouvido falar e que repetem a mesma vogal várias vezes:

_Esse aqui é o “siriquiqui” e aquele é o “curucucu”.  Dá para fazer uma farofa deliciosa!

_Olha esse peixe! La no norte a gente assa assim, assim, assado.

Lá pelas tantas, aquilo virou uma questão de honra e eu comecei a buscar as coisas mais inusitadas possíveis para mostrar para eles.

_ Olha esse coisa branca aqui!

– Isso é uma delícia para fazer feijoada! Depois diz que não tem toucinho na China!

_E esse rabo peludo aqui no meio das carnes?

_Isso dá uma rabada deliciosa!

Já quase desistindo de tentar impressionar o grupo, lembrei das cabeças de bode enfileiradas lado a lado que ficam na saída do mercado e arrastei-os para lá que nem criança mostrando brinquedo para os pais em shopping center.

_ Olha isso! E agora, o que vocês me dizem?

_ A cabeça você faz assim: parte ao meio e coloca uma das metades para cozinhar em água como se fosse uma sopa e a outra…

Pronto! O grupo de Rorááááima colocou por terra meus cinco anos e meio de China, alguns dos meus posts mais interessantes e meu ponto turístico preferido de Shenzhen.

Mão à palmatória: conheço a China, mas estou muito longe de conhecer de verdade o Brasil!

Galera de Boa Vista, saudades!!!

 

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Cerimônia do chá em DaPeng

 

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Passeio ao Buda Gigante em Hong Kong

 

 

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Comemorando aniversário no Sea World

 

 

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Sorrindo para foto dos brasileiros em Shenzhen

 

 

mapaeiChristiane Dumont  é autora do livro Como morar na China sem engolir sapo e nem comer cachorro, certificada pela Sociedade Brasileira de Coach em Life&Personal Coach e atende pessoalmente e por Skype. Pós-graduada em propaganda e marketing, vive há mais de cinco anos em Shenzhen, na zona do Cantão na China. Casada, mãe de 3 filhos, trabalha fornecendo suporte a brasileiros que desejam fazer negócios, estudar ou conhecer este país, além de escrever para mídias sociais sobre suas experiências como expatriada.

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