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Intercâmbio tem idade?

11 junho 2018

INTERCÂMBIO APÓS OS 30 

A impressão que muitas pessoas têm é que intercâmbio é algo para se fazer na adolescência ou no início da juventude e que, depois de adulto, as chances de fazê-lo ficaram para trás. Entretanto, cada vez mais adultos têm deixado o país em busca de cursos no exterior.

Percebendo essa demanda, o mercado de intercâmbio tem se diversificado e hoje existem várias modalidades para além do ensino médio no exterior: intercâmbio de família, para casais, com foco em negócios e diversos cursos para adultos. Segundo uma pesquisa realizada pela Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association), houve um aumento de quase 30% na procura de intercâmbios por pessoas com idades entre 30 e 60 anos entre os anos de 2015 e 2017.

O intercâmbio de adultos apresenta um variado leque de possibilidades. Durante o intercâmbio os estudantes podem não só aprender ou aprimorar a fluência de um novo idioma, mas também realizar cursos na área profissional e até especializações. Também por isso, a duração do intercâmbio pode variar de acordo com a disponibilidade do estudante: de algumas semanas (durante um período de férias) até meses.

Com as diversas possibilidades para realizar um estudo no exterior e sem restrições em relação a idade, cada vez mais entende-se que a limitação não está nos programas ofertados, mas nas crenças internas e no imaginário de cada um.

Mas afinal quais são os benefícios de um intercâmbio após os 30 anos? O que muda?

Muito além do turismo: Talvez você já tenha feito uma viagem internacional. Fazer um intercâmbio, mais do que uma simples viagem, te dá a possibilidade de uma imersão na cultura local. Assim, um curso no exterior te permite aprender e viver a realidade de outro país por meio da convivência e contato íntimo com a cultura local. Essa imersão pode proporcionar diversos benefícios, incluindo ganhos pessoais e profissionais.

–  Autoconhecimento: A princípio, quem faz um intercâmbio, independentemente da idade, vai ao encontro do outro – de um idioma, uma cultura e de um povo. Mas a realidade vai além. O intercambista vai também ao encontro de si mesmo e se depara com seus medos, limitações, crenças… Ainda que na fase adulta a personalidade e identidade estejam mais estáveis, o ser humano está sempre se conhecendo e criando novas oportunidades. Portanto, se engana quem pensa que essa experiência só deve ser vivida por adolescentes.

Diversidade: É verdade que nas escolas no exterior os mais jovens serão maioria em sala de aula. Mas essa convivência e troca, tanto para os jovens como para adultos podem ser muito rica! A diversidade de gerações de diferentes culturas traz inúmeros ganhos.

Viver o intercâmbio com responsabilidade: Em geral, nota-se que os adultos intercambistas são mais planejados e comprometidos com a experiência no exterior. Por isso colhem mais frutos e conseguem um excelente aprendizado.

Trocar as suas folhas: Quanto mais vivemos mais carregamos convicções sobre a vida. O intercâmbio é uma excelente oportunidade de exercitar novas perspectivas e descobrir outros olhares, em todas as idades, ainda mais em adultos. Acho muito rica uma frase que diz: troque suas folhas, mantenha suas raízes – isso é competência intercultural!

Competência Intercultural

Como já falamos aqui algumas vezes, a competência intercultural é ótima para levar na bagagem quando se vive um período fora do país, mas ainda mais essencial para desenvolver e carregar com você no seu dia a dia: nos seus relacionamentos, desenvolvendo empatia, respeito com aqueles que divergem de você – sejam eles vizinhos, membros da sua própria família ou colegas de trabalho.

Alguns dizem que a vida começa depois dos trinta, quarenta ou cinquenta anos. Se é verdade não sei, sei que depende de cada um fazer acontecer.

Se estiver se perguntando se fazer intercâmbio na idade adulta vale a pena, quero deixar uma nova pergunta para você: por que não?

 

Karen Goes é Psicóloga com atuação em capacitação Intercultural e de Gestão de Pessoas, Coordenadora de treinamento intercultural para imigrantes e refugiados pela   SIETAR e responsável pelo serviço de Orientação Intercultural da MAPAei. É intercambista de carteirinha: Curso de Espanhol (Chile, 2015), Representante Cultural na   Walt Disney Cia (EUA, 2012), Curso de Inglês (Irlanda, 2012), Intercâmbio de Trabalho na Walt Disney (EUA, 2010/11), High School (Nova Zelândia, 2005).

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