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Como tudo começou!

30 março 2015
Category
China
Comments  3

Foto ChrisChristiane Dumont escreve semanalmente para o Blog da MAPAei e é parceira exclusiva para área de educação. É ela quem organiza também o Programa Welcome Plus em Shenzhen, onde está baseada há quase 4 anos. Fala português, francês e inglês e mandarim intermediário.

 

 

你好,

 Ni hao,

 Meu nome é Christiane e estou morando na China há quase 4 anos. Todos os meus dias são recheados de experiências surpreendentes as quais pretendo contar neste blog, a partir de hoje. Não esperem por análises político-econômicas nem antropológicas sobre o surpreendente crescimento mercadológico da China. Este blog será uma espécie de diário de bordo de uma família brasileira, tentando sobreviver num país completamente diferente do Brasil. Importante, portanto, que vocês entendam quem somos nós e como tudo começou.

Luiz, meu marido, veio à China a trabalho em 2010 e voltou completamente apaixonado por este país. Para provar, fez uma tatuagem no braço usando ideogramas em mandarim que querem dizer amor e família.

Não bastasse estar apaixonado pela China, Luiz pediu emprego na filial chinesa da sua empresa e conseguiu! Desde o dia 17 de julho de 2011, passamos a ser os mais novos moradores de Shenzhen (no sul da China, em frente a Hong Kong) .

tatuagem 1Shenzhen

Além de mim e do Luiz, nossa família é composta da Mariana, Marcos e Eduardo, nossos filhos que atualmente têm 18, 16 e 12 anos respectivamente. Para um país onde os casais só podem ter um filho, começamos de forma super adequada!

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Assim que soubemos da mudança para China, ainda no Brasil, passamos por várias fases.

Primeira – Negação: China, nin fe lang du! Não poderemos levar nosso gatinho sob o risco dele virar Shop Suei ou Gato Xadrez! E nossos pais? Longe de nós e dos netos? Su ji lu fi ka.

Segunda – Aceitação: Lá é tudo super barato. É perto da Austrália, da Índia, Tailândia, Japão. Num mundo globalizado, a China é logo ali.

Terceira – Euforia: Vamos ganhar dinheiro! Não sei se importo lâmpada de led, peça de Jet ski, cobertor de seda ou pashmina. As crianças, sabendo que iriam para uma escola americana, já se viam cantando as músicas do High School Musical felizes pelos corredores.

Quarta – Medo: Onde vamos morar? O que vamos comer? Como vamos nos comunicar? O que fazer com os móveis daqui? O que a gente leva e o que a gente deixa? E se a gente ficar doente? E se, e se, e se…..

Quinta – Praticidade: Resolvi parar de reclamar e me preparar para esta nova fase da vida. Antes de sair do Brasil, li os excelentes livros Laowai da Sônia Bridi, Um Brasileiro na China do Gilberto Scofield, Cisnes Selvagens de Jung Chang, além de fazer cursos de importação/exportação e de mandarim.

Livros

Ah, o mandarim! Que simplicidade. São 50 mil ideogramas, mas dá para se comunicar com apenas 2.000. Os verbos não flexionam. Não tem presente, passado ou futuro. Não tem masculino ou feminino. Não tem artigo definido ou indefinido. Existem 5 tipos de entonação e, para saber qual delas usar, você aprende uma segunda língua: o pinyin.  Ou seja, a promoção do ano: compre uma língua e leve duas!

Ainda no Brasil, Luiz baixou um aplicativo no iPhone que traduz chinês para português e vice-versa. Fui testar. Falei a única frase que sabia de cor: wo shi baxi ren  (“eu sou brasileiro” em pinyin). O iPhone traduziu como “oitenta e sete mil marionetes”! Ah, tá!

Já na China, ignorando minha marcante experiência com o iPhone, tentei estabelecer um contato imediato de terceiro grau com um taxista: abri um sorrisão bem brasileiro e mandei na lata: wo shi ba xi ren. Sabem o que aconteceu? Nada. Simplesmente nada. Ele nem sequer percebeu que eu estava falando com ele. E eu, que estava esperando alguma reação do tipo Ronaldo, futebol, Gisele! entendi que aqui, meus amigos, o buraco é bem mais embaixo.

Mas há esperanças! Se você estiver realmente motivado a aprender o mandarim e se dedicar a estudar, pode ter certeza de que é possível! Bem, eu sou a prova viva disso! E não se esqueça de que eu e a equipe da MAPAei teremos o maior prazer em ajudar você a vir estudar mandarim aqui em Shenzhen.

Lai ba!

来吧!

 

 

3 responses on “Como tudo começou

  1. Jaqueline disse:

    Ou gostaria muito de conversar com vc! Abracod

  2. Bom artigo. Obrigado.