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Intercâmbio no Exterior: amadurecimento emocional

28 outubro 2015
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Quais são os benefícios de estudar no exterior?

Muito se fala sobre os benefícios da experiência do intercâmbio tanto para jovens estudantes do Ensino Fundamental quanto para o pessoal mais experiente de mais de 50.

Dentre os benefícios listados na página da MAPAei (Clique Aqui), vamos chamar a atenção hoje para um ponto fundamental quando falamos de jovens em fase de tomada de decisão de carreira e definição de curso no Ensino Superior: o amadurecimento emocional.

Para falar sobre isso, buscamos uma profissional que atua na área de Psicologia, apoiando e orientando jovens de 15 anos em diante e universitários/ jovens profissionais em re-definição de carreira.

Cristiane Ulbrich, formada em Psicologia e, 1998 pela PUC-SP, atua com Orientação Profissional há 16 anos, é Consultora Empresarial há 15 anos e concedeu uma entrevista com informações valiosas e muito interessantes sobre a importância da experiência do intercâmbio em qualquer fase da vida.

Como é seu trabalho?

Faço atendimentos individuais ou em grupo de jovens em momento de escolha de carreira. A grande maioria prefere fazer individualmente e eu pessoalmente também gosto, por atender melhor a demanda de cada um. Cada jovem vem com uma expectativa e ansiedade de diferente em relação ao futuro.

Elaborei um processo de 7 encontros com duração de uma hora cada e nesses encontros discutimos como fazer a escolha da maneira mais consciente possível. Consideramos os diversos fatores que envolvem a escolha como mercado de trabalho, possibilidades reais de fazer o curso, aptidões e a idéia de como tais profissionais atuam de maneira concreta, mas principalmente focamos no que cada um dos jovens gosta e espera da sua vida futura.

 Utilizo uma ferramente de apoio – um indicador de tipo psicológico – que traz para o jovem uma forma de autoconhecimento que o auxiliará na tomada de decisão. Não utilizo testes vocacionais.

Você atende adolescentes e jovens adultos, certo?

Atendo jovens desde os 15 e 16 anos – quando estão cursando o segundo ano do Ensino Médio e já estão preocupados com a escolha profissional; a grande maioria que me procura está no terceiro ano e com um nível de ansiedade alto para fazer essa escolha e também atendo jovens adultos em reopção de carreira. Muitos estão insatisfeitos com o curso escolhido e querem buscar uma outra faculdade.

Falando dos adolescentes, você acredita que ter uma experiência internacional para estudar, seja por algumas semanas ou até um semestre, é relevante para o crescimento pessoal e até para uma carreira futura?

Acredito que a experiência do intercâmbio, seja para aprender uma lingua diferente, concluir o ensino médio ou fazer uma universidade, é não só relevante como um importante fator de amadurecimento emocional.

O que é o amadurecimento emocional?

O Amadurecimento emocional nada mais é do que, em palavras bem simples, ter a capacidade emocional de lidar com os desafios da vida, é o poder se considerar maior e autônomo, entendendo as normas da vida, o poder das escolhas e suas consequencias. É o caminho natural do desenvolvimento, ou deveria ser.  Sabemos que nem todo mundo chega a idade adulta com esse amadurecimento saudável. Experiências de intercambio – o aprender a “se virar” longe de casa, da zona de conforto, certamente contribui para esse desenvolvimento.

Você acredita que os jovens estão preparados aos 17/ 18 anos para decidir que profissão querem seguir?

A escolha da carreira é prematura a meu ver, mas já que temos que fazer isso, acredito que quanto mais puderem se conhecer, saber seus gostos e desejos de vida, aliado ao conhecimento real de cada profissão, o jovem é capaz sim de fazer uma escolha consciente e satisfatória.

Você acredita que, após o Ensino Médio, é muito indicado passar um tempo em outro país, estudando uma língua, conhecendo outras culturas para depois tomar esta decisão? 
Eu pessoalmente acredito que esse tipo de experiência só traz benefícios. O período quando isso deve acontecer é que deve variar de acordo com cada jovem e seu desempenho na escola e vestibular. Não podemos ignorar que se afastar do conteúdo do vestilbular por um ano ou seis meses, para alguns jovens, pode ser complicado.

 Mesmo que a experiência fora seja extremamente rica, o retorno e a dificuldade de acompanhar as matérias e ser capaz de passar na prova, pode ser frustrante. Adiar por um ano ou seis meses a experiencia, muitas vezes pode ser a melhor saída se o caso for fazer o intercambio para aprender uma nova lingua e não cursar uma universidade.

As oportunidades de intercâmbio durante as férias escolares ou até mesmo um período de High School no exterior seriam uma boa opção para chegar aos 17/ 18 anos mais amadurecido para esta escolha sem interferir no andamento dos estudos para o Vestibular?

Com toda certeza sim. É uma ótima opção e vejo que tem crescido o interesse dos jovens em  usar o tempo de férias para essa “aventura”. Em muitos casos, o jovem volta estimulado até mesmo a procurar uma universidade fora do país, para sua graduação. Alguns dos jovens que atendi passaram por experiências assim e alguns devido ao alto custo financeiro de uma universidade fora do Brasil, optaram por seguir com os planos aqui, mas reservando um semestre para voltar ao exterior e repetir a experiência, agora na área de escolha profissional.

Como Psicóloga, acredita que qualquer pessoa possa fazer intercâmbio? Se não, quais são as características daqueles que tem mais chance de sucesso?

Que qualquer pessoa pode fazer o intercâmbio não tenho dúvida. Basta ela querer e assim como qualquer escolha, saber o objetivo dessa experiência, as implicações, ganhos e perdas que todas as escolhas acarretam. O desejo dessa experiência é fundamental também. Não sei se é uma questão de características específicas. Acho que não. Acredito que tenha mais relação com a vontade de ter a experiência.

O processo de adaptação no exterior passa por algumas fases e, às vezes, um suporte psicológico ajuda bastante. Acredita que este suporte possa ser realizado por um psicólogo por Skype?
Mesmo para aquelas pessoas que sempre quiseram fazer o intercâmbio, ocorrerão momentos de solidão, de medo e saudade. Se a pessoa já faz terapia aqui, pode sim se beneficiar com o apoio do psicológico a distância. O suporte via Skype ou fazendo o uso de outras tecnologias, obviamente pode auxiliar, mas seria bastante pontual e com o objetivo de estimular a pessoa a viver a experiência sem sofrimento desnecessário. Não acredito de deva ser algo muito longo, mas focado e breve.

Na sua opinião, quais são os benefícios de participar de um intercâmbio?
Além de adquirir conhecimento geral, contato com culturas e pessoas diferentes, o amadurecimento emocional é o principal ganho. O jovem brasileiro está muito acostumado a ter toda uma rede de suporte familiar e muitos dos jovens chegam a maioridade sem realmente serem maiores e autônomos. As razões disso podem ser diversas como estilo de vida, conforto financeiro, segurança… enfim. Fato é que a experiência fora do país, longe dos pais e do conforto de ter tudo pronto, aumenta a autonomia do jovem e o amadurece.

Acredita que o intercâmbio é bacana para qualquer época da vida? Por que?
Acredito sim. A experiência longe da nossa zona de conforto, o entusiasmo diante das descobertas e vivências das mais variadas naturezas, é benéfica e nos mostra um mundo bem maior do que a nossa própria bolha. Não tem nada de errado em gostarmos da nossa bolha, mas é fato que olhar fora dela, sentir cheiros e gostos diferentes, traz a todos uma noção do tamanho da nossa ignorância – ignoramos a existência de muita coisa e nos permite reconhecer tudo o que já temos de bom na vida e queremos manter e aquelas coisas que gostariamos de mudar.

Resumo de Qualificações de Cristiane Ulbrich 

  • Formada em Psicologia pela PUC – Pontifícia Universidade Católica, SP, 1998.
  • Experiência de 15 anos como consultora empresarial
  • Experiência de 16 anos em Orientação Profissional – individual e grupos
  • Qualificação para uso do Instrumento MBTI® (Myers-Briggs Type Indicator) e MBTI Step II
  • Habilitada para o uso do Inventário de Interesses – STRONG
  • Capacitação no sistema Thomas PPA – DISC
  • Qualificada sistema BIRKMAN® Avaliação de Carreira e Tomada de Decisão

 

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